Minha jornada artística começou como quase todas as jornadas começam.
Ainda na infância eu já me
arriscava a desenhar meus primeiros
personagens e a escrever minhas primeiras histórias.
Bom, pra falar a verdade eu
acho que essas histórias não eram nada além de fanfics dos meus animes
preferidos, já que nessa época eu era apaixonada por Sailor Moon, Cavaleiros do
Zodíaco, YuYu Hakusho e etc.
De qualquer forma, esse acabou
sendo um bom exercício criativo...
Pena que não durou muito.
Se você me perguntasse a alguns
anos atrás o que eu sou, provavelmente diria que sou uma artista. Mas hoje,
depois de ter aprendido bastante sobre mim mesma, posso dizer com toda a
certeza que sou uma criativa.
E digo isso porque, embora
gostasse muito de desenhar na infância, também gostava de uma porção de outras
coisas. Quase sempre coisas que envolviam criar algo.
Lembro de empilhar tijolos no
quintal e dizer que tinha feito um robô.
Lembro de cortar o galho de uma
árvore, encaixar no pé de um ventilador velho e dizer que tinha feito uma nova
árvore de Natal.
Lembro de pegar retalhos de
tecido e costurar vestidos para as minhas bonecas.
E olhando de volta para todas
essas lembranças eu finalmente pude perceber que era isso o que me fazia feliz.
Mas a vida seguiu seu curso e
todas as coisas que me faziam feliz ficaram
para trás.
Minha última tentativa de
seguir criando foi quando entrei na faculdade de Design de Moda.
Embora, hoje eu saiba, que essa
não era exatamente uma área em que eu desejasse atuar, ela era a única com
possibilidades criativas que estava ao meu alcance.
E foi uma experiência realmente
especial.
Foi através da faculdade de moda
que eu pude aprender a desenhar de
verdade.
E muitas das técnicas e conceitos
que eu utilizo hoje do meu trabalho artístico foi aprendido nessa fase.
Mas a matéria que realmente me
conquistou nessa época foi História da
Indumentária, pois unia duas coisas que eu sempre amei: História e
Sociologia.
Foi muito interessante descobrir
o quanto a moda influencia nosso comportamento e vice-versa.
Mais interessante ainda foi
descobrir que isso acontece desde a época dos Sumérios.
Assim que terminei a faculdade, até
fiz algumas tentativas de me inserir no mercado da moda, mas a verdade é que
nunca estive realmente empenhada nisso.
Pra falar a verdade, essa foi uma
época em que eu estava realmente perdida.
Então fiz o que a maioria das
pessoas perdidas faz: segui os conselhos daqueles que pensam que sabem o que é melhor pra você.
Decisão ruim? Sem dúvidas!
Mas foi a única decisão que a
minha insegurança e falta de autoestima me permitiu tomar.
Encurtando bastante a história, acabei
me tornando funcionária pública
concursada e voltei pra faculdade.
Tendo um trabalho em tempo
integral e cursando uma faculdade em tempo integral, acho que não preciso dizer
que tempo era a última coisa que eu tinha.
Principalmente tempo para criar e
fazer as coisas que eu amava.
Foram 5 anos bem desafiadores,
pra dizer o mínimo.
Aprendi muito. Sofri muito.
Mas, no fim das contas, esse
desgaste cobrou seu preço e eu comecei a
adoecer.
Desenvolvi depressão, transtorno
de ansiedade e síndrome do pânico.
E depois de sofrer uma crise de ansiedade
no ponto do ônibus a caminho do trabalho, eu entendi que alguma coisa precisava mudar na minha vida.
Encurtando novamente a história, eu
decidi abandonar o emprego, finalizar a faculdade do jeito que dava e dar um reset na minha vida.
Os primeiros anos foram de muitas
perguntas e poucas respostas, mas tudo o que eu sabia era que queria voltar a criar.
Então acabei fazendo um pouco de
tudo, design gráfico, webdesign, redação publicitária... até descobrir a encadernação artesanal.
Montei a Acquamei, minha
papelaria artesanal, em 2019.
E embora empreender seja, de
fato, tão difícil quanto parece ser, essa foi a primeira vez em que eu
realmente me senti fazendo a coisa certa.
Cada caderno, cada bloquinho,
tudo era feito com muito amor.
Eu estava ganhando dinheiro para
criar coisas. E eu estava feliz.
Mas então chegou a pandemia... e eu me senti perdida novamente.
Além disso, eu queria dar mais
personalidade para os produtos da papelaria. Então, achei que seria um bom
momento para reaprender a desenhar.
E foi assim que tudo recomeçou.
Primeiro com alguns vídeos no
Youtube, depois com alguns cursos online.
Também revisitei as apostilas da
época da faculdade e investi em novos livros.
Como qualquer iniciante, fiquei
perdida com todas as possibilidades que
a arte oferece.
Mas hoje, quase 5 anos depois, já tenho um caminho bem definido e já
aprendi o suficiente para poder compartilhar meus aprendizados.
E é por isso que esse blog existe
– e o canal também.
Meu objetivo é criar o conteúdo que eu gostaria de ter
encontrado na internet há 5 anos atrás.
Simples, bem explicado e que mostre
sempre o próximo passo, para que o
progresso seja gradativo, mas contínuo.
Espero conseguir alcançar esse
objetivo, enquanto meu próprio progresso acontece.
Vamos juntos nessa jornada?


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