Como Tudo (Re)começou

By Jessica Sant'Anna - setembro 05, 2024

 


Minha jornada artística começou como quase todas as jornadas começam.

Ainda na infância eu já me arriscava a desenhar meus primeiros personagens e a escrever minhas primeiras histórias.

Bom, pra falar a verdade eu acho que essas histórias não eram nada além de fanfics dos meus animes preferidos, já que nessa época eu era apaixonada por Sailor Moon, Cavaleiros do Zodíaco, YuYu Hakusho e etc.

De qualquer forma, esse acabou sendo um bom exercício criativo...

Pena que não durou muito.

Se você me perguntasse a alguns anos atrás o que eu sou, provavelmente diria que sou uma artista. Mas hoje, depois de ter aprendido bastante sobre mim mesma, posso dizer com toda a certeza que sou uma criativa.

E digo isso porque, embora gostasse muito de desenhar na infância, também gostava de uma porção de outras coisas. Quase sempre coisas que envolviam criar algo.

Lembro de empilhar tijolos no quintal e dizer que tinha feito um robô.

Lembro de cortar o galho de uma árvore, encaixar no pé de um ventilador velho e dizer que tinha feito uma nova árvore de Natal.

Lembro de pegar retalhos de tecido e costurar vestidos para as minhas bonecas.

E olhando de volta para todas essas lembranças eu finalmente pude perceber que era isso o que me fazia feliz.

Mas a vida seguiu seu curso e todas as coisas que me faziam feliz ficaram para trás.

Minha última tentativa de seguir criando foi quando entrei na faculdade de Design de Moda.

Embora, hoje eu saiba, que essa não era exatamente uma área em que eu desejasse atuar, ela era a única com possibilidades criativas que estava ao meu alcance.

E foi uma experiência realmente especial.

Foi através da faculdade de moda que eu pude aprender a desenhar de verdade.

E muitas das técnicas e conceitos que eu utilizo hoje do meu trabalho artístico foi aprendido nessa fase.

Mas a matéria que realmente me conquistou nessa época foi História da Indumentária, pois unia duas coisas que eu sempre amei: História e Sociologia.

Foi muito interessante descobrir o quanto a moda influencia nosso comportamento e vice-versa.

Mais interessante ainda foi descobrir que isso acontece desde a época dos Sumérios.

Assim que terminei a faculdade, até fiz algumas tentativas de me inserir no mercado da moda, mas a verdade é que nunca estive realmente empenhada nisso.

Pra falar a verdade, essa foi uma época em que eu estava realmente perdida.

Então fiz o que a maioria das pessoas perdidas faz: segui os conselhos daqueles que pensam que sabem o que é melhor pra você.

Decisão ruim? Sem dúvidas!

Mas foi a única decisão que a minha insegurança e falta de autoestima me permitiu tomar.

Encurtando bastante a história, acabei me tornando funcionária pública concursada e voltei pra faculdade.

Tendo um trabalho em tempo integral e cursando uma faculdade em tempo integral, acho que não preciso dizer que tempo era a última coisa que eu tinha.

Principalmente tempo para criar e fazer as coisas que eu amava.

Foram 5 anos bem desafiadores, pra dizer o mínimo.

Aprendi muito. Sofri muito.

Mas, no fim das contas, esse desgaste cobrou seu preço e eu comecei a adoecer.

Desenvolvi depressão, transtorno de ansiedade e síndrome do pânico.

E depois de sofrer uma crise de ansiedade no ponto do ônibus a caminho do trabalho, eu entendi que alguma coisa precisava mudar na minha vida.

Encurtando novamente a história, eu decidi abandonar o emprego, finalizar a faculdade do jeito que dava e dar um reset na minha vida.

Os primeiros anos foram de muitas perguntas e poucas respostas, mas tudo o que eu sabia era que queria voltar a criar.

Então acabei fazendo um pouco de tudo, design gráfico, webdesign, redação publicitária... até descobrir a encadernação artesanal.

Montei a Acquamei, minha papelaria artesanal, em 2019.

E embora empreender seja, de fato, tão difícil quanto parece ser, essa foi a primeira vez em que eu realmente me senti fazendo a coisa certa.

Cada caderno, cada bloquinho, tudo era feito com muito amor.

Eu estava ganhando dinheiro para criar coisas. E eu estava feliz.

Mas então chegou a pandemia... e eu me senti perdida novamente.

Além disso, eu queria dar mais personalidade para os produtos da papelaria. Então, achei que seria um bom momento para reaprender a desenhar.

E foi assim que tudo recomeçou.

Primeiro com alguns vídeos no Youtube, depois com alguns cursos online.

Também revisitei as apostilas da época da faculdade e investi em novos livros.

Como qualquer iniciante, fiquei perdida com todas as possibilidades que a arte oferece.

Mas hoje, quase 5 anos depois, já tenho um caminho bem definido e já aprendi o suficiente para poder compartilhar meus aprendizados.

E é por isso que esse blog existe – e o canal também.

Meu objetivo é criar o conteúdo que eu gostaria de ter encontrado na internet há 5 anos atrás.

Simples, bem explicado e que mostre sempre o próximo passo, para que o progresso seja gradativo, mas contínuo.

Espero conseguir alcançar esse objetivo, enquanto meu próprio progresso acontece.

Vamos juntos nessa jornada?

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