Uma das partes mais divertidas da jornada de qualquer artista é quando ele alcança um nível de conhecimento suficiente para começar a desenhar de imaginação.

E quando falamos da criação de personagens, isso é ainda mais especial.

Quando essa fase chega, quase todo mundo começa desenhando apenas bustos, mas logo a vontade de desenhar personagens de corpo inteiro surge.

Então você percebe que, bom... isso não é tão fácil quanto parece.

Mas eu garanto que, com um pouco de dedicação e a técnica certa, você vai ser capaz de desenhar qualquer tipo de personagem (em qualquer tipo de pose) mais cedo do que imagina!

E é por isso que no post de hoje eu vou compartilhar com vocês a técnica que aprendi no início da minha jornada para desenhar meus primeiros personagens.

Essa técnica é composta por 3 etapas e eu recomendo que você passe, pelo menos, uma semana estudando cada uma delas separadamente.

Pode parecer chato no começo, mas eu tenho certeza absoluta que você vai me agradecer depois!

Dito isto, vamos para a primeira etapa!

Estrutura e Proporção

Assim como uma casa precisa de alicerces, seus personagens também vão precisar de uma estrutura básica para ganharem forma.

Algumas pessoas gostam de fazer isso utilizando caixas, outras gostam de utilizar formas orgânicas... mas o que funciona pra mim é utilizar formas geométricas.

Cubos, triângulos, cilindros. Todas as partes do corpo humano podem ser facilmente simplificadas dessa forma.

E o melhor de tudo, você consegue visualizar o corpo em 3 dimensões sem se distrair com detalhes irrelevantes.

Mas eu recomendo que você teste diferentes formas de criar a estrutura base dos seus personagens até encontrar uma que seja mais fácil pra você.

Afinal, nem tudo o que funciona pra mim vai funcionar pra todo mundo.

O importante é que você desenvolva a habilidade de esboçar a forma principal do seu personagem com rapidez e eficiência.

Mas saber esboçar a forma de um corpo humano não serve de muita coisa se você não souber quais são as proporções de um corpo.

E para facilitar as coisas, você pode criar personagens com a proporção de 8 cabeças.

Essa é uma proporção muito útil, porque você pode fazer divisões exatas e encontrar as posições de partes importantes do corpo com mais facilidade.

Eu explico tudo isso melhor no vídeo abaixo, mas resumindo...

Dividindo o corpo em 8 partes iguais:

• 1ª parte: cabeça;
• 2ª parte: pescoço e ombros;
• 3ª parte: peitoral, cintura e braços;
• 4º parte: barriga, pelve e antebraços;
• 5ª parte: coxas e mãos;
• 6ª parte: joelhos;
• 7ª e 8ª partes: panturrilhas e tornozelos.
• Os pés podem ficar fora das 8 partes.

Essa é uma proporção que deixa os personagens bem alongados, quase como Top Models. Mas ainda assim é a melhor proporção para iniciantes.

Com o tempo e a prática você irá naturalmente adequando essas proporções para diferentes tipos de personagens.

[INCLUIR VIDEO AQUI]

Anatomia e Músculos

Desenhar músculos é, provavelmente, a parte mais desafiante na hora de desenhar personagens. Isso porque, temos a tendência em acreditar que precisamos conhecer todos os músculos do corpo humano para saber desenhá-los bem.

Mas a verdade é que, a não ser que você seja artista e médico, não é necessário conhecer todos os músculos.

Ao invés disso, tudo o que você precisa é saber quais são os principais grupos musculares de cada parte do corpo.

Eu também já gravei um vídeo completinho sobre o assunto, mas para exemplificar a leitura, dê uma olhadinha na imagem abaixo.

Essa é a forma como eu simplifico a anatomia dos meus personagens.

Sabendo a forma e a localização desses grupos musculares, fica muito mais fácil adicioná-los ao esboço dos meus desenhos, mesmo em poses mais complexas.

[INCLUIR VIDEO AQUI]

Gestual

Particularmente, o gestual é a minha parte preferida na hora de desenhar personagens. Isso porque, é o gestual que dá “vida” e movimento para as poses.

Aliás, não apenas para poses, mas para qualquer coisa!

Em poucas palavras, gestual é o “fluxo dos movimentos”, facilmente identificado através das curvas.

Ou seja, quanto mais curvas, mais movimento!

E nós podemos adicionar essas curvas gestuais em absolutamente tudo: árvores, prédios, esculturas, mosaicos.

Já imaginou como seria o calçadão de Copacabana se as pedras estivessem em linha reta?

[INCLUIR IMAGEM AQUI – calçadão de Copacabana]

Porém, muitas vezes nós não temos uma noção real dos limites de flexibilidade do corpo humano e acabamos criando gestuais humanamente impossíveis.

Por isso, não apenas o estudo de gestual a partir de referências é importante, como também o estudo de ossos e articulações.

Então, continue estudando anatomia regularmente, mesmo que o seu objetivo seja desenhar no estilo semirrealista ou cartoon.

[INCLUIR VIDEO AQUI]

 

Com essas três etapas você conseguirá desenhar qualquer tipo de personagem em qualquer tipo de pose. Eu garanto!

Bom, confesso que hoje em dia o meu processo é um pouquinho diferente, mas a base permanece a mesma.

E como a prática leva a perfeição, em pouco tempo você também poderá ir adaptando o processo às suas necessidades.

Por isso, continue praticando!

 

 

Se você está interessado em aprender a desenhar personagens, uma das habilidades primordiais que precisará desenvolver é o desenho de corpos e poses.

E para aprender a desenhar poses, saber anatomia é fundamental.

Por isso, no post de hoje eu vou compartilhar algumas dicas que aprendi ao longo dos anos e que me ajudaram a progredir mais rápido no estudo de anatomia para desenho.

Sempre lembrando que nada do que você lerá aqui é uma regra, ou que vá funcionar para todo mundo. Essas são apenas dicas de coisas que funcionaram para mim e que podem funcionar para você também.

Avisos dados, vamos para as dicas!

Tenha um foco

No início dos meus estudos, eu tinha muita dificuldade em estudar anatomia, principalmente porque eu associava o estudo de anatomia com o estudo de gestual.

E vamos combinar, pode ser bem assustador a ideia de desenhar uma pose em 30 segundos, sendo que você nunca conseguiu desenhar nada decente em menos de 1h.

Mas com o tempo eu entendi que o estudo do gestual é só parte de algo muito maior que é justamente o estudo de anatomia.

Por isso, quem está começando precisa ter um foco bem definido e saber exatamente o que quer estudar em cada sessão.

Porque cada aspecto do desenho de anatomia requer uma abordagem diferente.

Se no estudo de gestual velocidade é importante, no estudo da musculatura o que importa é a observação. Ou seja, em um você precisa ser rápido e no outro detalhista.

E como existem muitos aspectos no estudo de anatomia, você vai precisar de muitas sessões individuais até se sentir confortável para estudar tudo de uma só vez.

Minha recomendação é: comece estudando proporção e estrutura, depois passe para a musculatura, depois estude gestual e por fim refine seu conhecimento com o estudo dos ossos e articulações.

Estude o corpo humano por partes

Outro erro que dificultou muito o meu progresso foi querer estudar o corpo humano por inteiro, ao invés de dividir o meu estudo por partes.

É obvio que, apesar de extremamente flexível, nosso corpo é interconectado e uma parte vai sempre depender da outra.

Mas para estudar certos aspectos da anatomia, como estrutura e musculatura, essa interconexão pode ser ignorada momentaneamente.

Por isso, comece seu estudo de anatomia por áreas e só estude o corpo por completo quando se sentir confortável para isso.

Uma boa divisão para se fazer é: cabeça e pescoço, tronco (torso + pelve) e membros (superiores + inferiores).

Os ossos também são importantes!

Como eu disse um pouco acima, estudar os ossos e as articulações ajuda a refinar o seu aprendizado e deixá-lo mais completo.

E isso acontece porque são os ossos que controlam os nossos movimentos.

Ou seja, para desenhar poses mais naturais e “humanas”, você precisa conhecer os limites de movimentação dos ossos (até onde o corpo pode dobrar, torcer, esticar...).

Infelizmente muitos artistas negligenciam esse tipo de estudo, principalmente aqueles que desenham semirrealismo e cartoon.

Mas vai por mim, é justamente esse conhecimento que vai te ajudar a criar poses menos “robóticas”, rígidas e artificiais.

Simplifique sempre que puder

Já que falamos em semirrealismo e cartoon, vale destacar uma dica importante:

Quem não desenha realismo não precisa ter um conhecimento profundo em anatomia, ok?

É óbvio que, quanto mais conhecimento você tiver, melhor artista você será. Mas, se você está lendo esse post, eu suponho que você ainda esteja no início dos seus estudos.

Então, aprenda a andar antes de querer correr.

Aprenda apenas o que você precisa aprender para se tornar bom no estilo de desenho que você quer criar e simplifique todo o resto.

Simplifique tudo o que puder, sempre que puder.

E quando sentir que é hora de aprofundar os seus conhecimentos, dê dois passos para trás e aprenda o que ainda precisa ser aprendido.

 

E essas são as minhas principais dicas para quem quer aprender anatomia de um jeito simples e inteligente.

Mas a minha principal dica sempre será:

Tenha paciência!

A pior coisa que um iniciante pode fazer por si mesmo é querer ter as mesmas habilidades de um veterano.

Por isso, aprenda a valorizar cada pequeno avanço que você faz, mesmo que ainda não seja o suficiente para o tipo de arte que você deseja criar.

Pra se tornar um artista cada vez mais completo, você vai precisar aprender cada vez mais coisas.

E pra aprender cada vez mais coisas, é preciso tempo.

Então, se dê esse tempo e continue progredindo!

 

Muitos artistas iniciantes tem uma preocupação exagerada com relação ao estilo que devem seguir.

Eu, particularmente, acredito que estilo é uma coisa que vem com o tempo. Principalmente porque envolve muito mais do que só “desenhar de determinada forma”.

Pra mim, estilo é tudo o que diz respeito à sua arte.

Seu traço, suas temáticas, sua escolha de cores, suas inspirações... tudo isso junto é o que compõe o estilo de um artista.

Por isso, no post de hoje eu vou compartilhar 4 dicas que vão te ajudar a refinar seu gosto pessoal mais rápido e assim descobrir qual o tipo de arte que você deseja criar.

Vamos lá?

1. Escolha um tema pra chamar de seu

No início dos estudos, é normal que nós queiramos desenhar de tudo um pouco. Mas, com o tempo, é importante que você comece a refinar aquilo que você produz.

Por exemplo, se você desenha pessoas, animais, plantas, comidas, prédios, paisagens... talvez seja uma boa ideia focar em apenas um tema.

Eu conheço artistas incríveis que decidiram centralizar o seu trabalho apenas em retratos de animais domésticos.

Outros ilustram apenas aves ou plantas.

Isso não significa que eles não sabem desenhar outras coisas, mas que, do ponto de vista profissional, ter um nicho específico os ajuda a encontrar clientes específicos.

E claro que quem desenha pessoas, por exemplo, não está proibido de desenhar animais. Muito pelo contrário, quanto mais elementos estiverem disponíveis em uma cena, melhor.

Mas o foco de um desenhista de personagens será sempre o personagem.

E se você quiser, pode refinar ainda mais a temática dos seus desenhos.

Recentemente eu conheci o trabalho de uma artista que utiliza a temática Dark Academia nos seus trabalhos.

E isso é ótimo, porque já direciona praticamente todas as decisões artísticas dela, desde a temática de cada peça até a paleta de cores.

Além disso, um dos maiores pontos positivos de escolher um tema para seguir é que sua arte se torna única.

Quem bater o olho em uma ilustração sua vai saber que foi você quem fez.

2. Descubra o que outros artistas já fazem

Eu sei que você provavelmente já segue diversos outros artistas e que consome bastante conteúdo de arte.

Mas essa dica é para que você faça uma busca ativa de artistas que estejam criando o tipo de arte que você também quer criar.

Eu, por exemplo, direcionei meu estilo para uma temática mais cultural/histórica/mitológica ao longo dos anos.

Com isso, grande parte dos artistas que eu passei a seguir também tem uma temática parecida.

O que não significa que eu não possa seguir artistas que só desenham “garotas Tumblr”, mas eles não são tão inspiradores pra mim.

Por isso, eu recomendo que você procure por artistas mais “nichados”, que façam um tipo específico de arte ou que tenham uma temática específica.

Analise o que gosta no trabalho deles (e o que não gosta também!). O que tem ali que você pode absorver?

Se possível, tente descobrir quais são as inspirações desses artistas e vá se inspirar também!

Com o tempo, você terá uma noção muito mais clara de pra onde direcionar a sua arte.

3. Crie um “estilo Frankenstein”

Conforme nós vamos descobrindo novos artistas, é normal que nos apaixonemos por estilos completamente diferentes.

Então surge a dúvida: Qual estilo seguir?

E a resposta para essa pergunta é muito simples.

Não siga nenhum.

Isso porque, se você seguir um estilo muito específico é provável que acabe “copiando”, nem que seja inconscientemente, o trabalho de alguém.

Já repararam a quantidade de artes “parecidas” que surgem no nosso feed o tempo todo?

A sensação que eu tenho é que um foi copiando o estilo do outro até ninguém mais saber quem é o artista original.

E isso acontece justamente porque os iniciantes se inspiram demais em apenas uma fonte.

Por isso, se você quiser ter um estilo único, vai ter que aprender a criar seu próprio Frankenstein.

Lembra que na dica anterior eu disse que você precisa analisar o que gosta e o que não gosta no estilo de cada artista que segue?

Pois bem, se você for capaz de fazer isso com uma grande quantidade de artistas diferentes, com estilos e temáticas diferentes, no fim acabará criando um estilo completamente novo.

É o que a maioria dos artistas mais experientes faz.

Hoje o meu estilo é uma junção de uma infinidade de outros artistas. O jeito de desenhar rostos é inspirado em um, o jeito de desenhar cabelos é inspirado em outro, o jeito de sombrear, de compor as cenas...

Eu precisei beber de muitas fontes até sentir que o meu estilo estava bom o suficiente para ser considerado um estilo.

Mesmo assim, ainda hoje eu sigo fazendo melhorias.

4. Teste coisas novas

Infelizmente muitos artistas acabam transformando o próprio estilo em uma prisão e não se permitem testar coisas novas.

Por favor, não cometa esse erro.

Mesmo os artistas mais experientes, com anos de atuação no mercado, continuam estudando.

E, consequentemente, continuam evoluindo.

O que pouca gente percebe é que o estilo evolui junto com a técnica.

Ou seja, artistas que mantém o estilo inalterado por anos e anos dificilmente estão evoluindo.

Então, continue buscando novos artistas e se inspirando neles.

Teste fazer as coisas de um jeito diferente, nem que seja uma mudança simples, como alterar o formato dos olhos dos seus personagens.

Isso te ajudará a estar sempre se renovando, sempre tornando sua arte cada vez mais única.

 

Com estas 4 dicas eu tenho certeza que você conseguirá desenvolver um estilo próprio em pouco tempo.

E o mais importante, finalmente vai conseguir se destacar no meio de todos os outros artistas que estão fazendo mais do mesmo.

Bom, mas agora é com você! Boas descobertas!

 

Toda pessoa que decide aprender a desenhar se depara com a mesma pergunta:

Por onde começar?

E essa pode ser uma pergunta bem complexa, se você ainda não tem um propósito bem definido em mente.

Por isso, vou compartilhar com vocês o caminho que eu trilhei nos últimos 4 anos e que me trouxeram até aqui.

E não se preocupe, eu sei que nem todo mundo tem os mesmos gostos que eu e nem quer trilhar os mesmos caminhos.

Então eu criei uma espécie de cronograma de estudos completo pra você sair do zero e aprender a desenhar qualquer coisa em cerca de 1 ano.

Vamos começar?

Aprenda a desenhar em etapas

O cronograma que eu desenvolvi é dividido em 3 fases: Iniciante, intermediário e avançado.

Cada uma das fases com duração média de 4 meses.

E por que eu fiz isso?

Porque aprender a desenhar é uma meta bem grande e que envolve o desenvolvimento de diferentes habilidades.

Além disso, quando estamos no início do processo temos a tendência a querer começar pela parte divertida, que quase sempre está na metade do caminho.

Ou seja, nós pulamos etapas que não deveriam ser puladas.

Por isso, se você quer realmente chegar no nível avançado em 1 ano ou menos, você vai ter que se empenhar, tentar estudar todos os dias, nem que seja só meia horinha por dia...

E o mais importante: Respeitar o processo de aprendizagem!

Uma coisa de cada vez. Sem pressa e sem pausa.

O que estudar no nível iniciante?

Pois bem, vamos começar falando sobre o nível iniciante.

O que um iniciante precisa aprender?

FUNDAMENTOS!!

99% das limitações técnicas que eu vejo por aí é por falta de fundamentos.

O povo não sabe fazer o básico bem feito.

Não sabe traçar um círculo, não tem qualidade de traço... e isso tudo a gente aprende estudando fundamentos.

E porque fundamentos são importantes?

Porque eles são a base pro trabalho de qualquer artista. Não importa qual caminho você siga na arte, você vai precisar saber o fundamental.

E o que é fundamental?

Traços, formas planas, formas 3D, perspectiva, proporção, luz e sombra, desenho de observação.

Bom, quando você estiver dominando os fundamentos... PARABÉNS!

Você foi promovido ao nível intermediário!

O que estudar no nível intermediário?

No nível intermediário a brincadeira fica realmente divertida porque agora você vai poder fazer escolhas!

Eeeeee!

Porque sim, arte é um campo muito amplo e se você não fizer escolhas, você se perde!

Oh, tem ilustração de personagens, ilustração botânica, ilustração de moda, cenário, desenho técnico... e por aí vai!

E dentro dessas opções ainda existem mais opções... como por exemplo na ilustração de personagens, que podem ser no estilo realista, no estilo cartoon, no estilizado.

E esses personagens podem ser originais, como, sei lá, um alienígena com três olhos e cinco braço, ou baseados em algo que já existe, como um coelho falante tipo o pernalonga.

O que você precisa entender aqui é que, pra cada uma dessas opções você vai ter que desenvolver habilidades diferentes.

Porque desenhar um corpo humano é diferente de desenhar um arranha-céu de 30 andares.

E é justamente por isso que a maioria das pessoas patina no aprendizado.

Porque querem aprender tudo de uma vez.

Então faça uma escolha!

“Jessica, eu quero desenhar personagens”.

Beleza, começa aprendendo a desenhar rostos, depois aprende a estrutura do corpo, anatomia, gestual, vestuário, composição...

Enfim, desenvolva as habilidades que você precisa desenvolver e vá para o próximo nível que é o... Avançado!

O que estudar no nível avançado?

Quem chega no nível avançado normalmente tem duas opções:

Ou ele se especializa na área que escolheu seguir lá no nível intermediário

OU ele escolhe uma área nova e volta pro nível intermediário.

Só que, obviamente, com uma bagagem muito maior do que a que ele tinha da primeira vez.

Vou dar aqui o meu exemplo pessoal.

Quando eu cheguei no nível intermediário, eu decidi que queria fazer ilustração de personagens. Aprendi estrutura, anatomia, gestual, composição... enfim, tudo o que eu precisava aprender pra desenhar bons personagens.

Então depois eu decidi que queria me aprofundar nisso e criar personagens cada vez melhores.

Inclusive, no momento, eu estou criando a minha primeira história em quadrinhos. O que vai exigir de mim muito mais habilidades do que as que eu tenho agora.

Então, com certeza, eu vou ter que estudar muito e aprender muita coisa nova.

Por isso, não se preocupe!

Porque conforme você for se desenvolvendo, os próximos passos vão ficando cada vez mais claros e você conseguirá avançar muito mais rápido.

 

Minha jornada artística começou como quase todas as jornadas começam.

Ainda na infância eu já me arriscava a desenhar meus primeiros personagens e a escrever minhas primeiras histórias.

Bom, pra falar a verdade eu acho que essas histórias não eram nada além de fanfics dos meus animes preferidos, já que nessa época eu era apaixonada por Sailor Moon, Cavaleiros do Zodíaco, YuYu Hakusho e etc.

De qualquer forma, esse acabou sendo um bom exercício criativo...

Pena que não durou muito.

Se você me perguntasse a alguns anos atrás o que eu sou, provavelmente diria que sou uma artista. Mas hoje, depois de ter aprendido bastante sobre mim mesma, posso dizer com toda a certeza que sou uma criativa.

E digo isso porque, embora gostasse muito de desenhar na infância, também gostava de uma porção de outras coisas. Quase sempre coisas que envolviam criar algo.

Lembro de empilhar tijolos no quintal e dizer que tinha feito um robô.

Lembro de cortar o galho de uma árvore, encaixar no pé de um ventilador velho e dizer que tinha feito uma nova árvore de Natal.

Lembro de pegar retalhos de tecido e costurar vestidos para as minhas bonecas.

E olhando de volta para todas essas lembranças eu finalmente pude perceber que era isso o que me fazia feliz.

Mas a vida seguiu seu curso e todas as coisas que me faziam feliz ficaram para trás.

Minha última tentativa de seguir criando foi quando entrei na faculdade de Design de Moda.

Embora, hoje eu saiba, que essa não era exatamente uma área em que eu desejasse atuar, ela era a única com possibilidades criativas que estava ao meu alcance.

E foi uma experiência realmente especial.

Foi através da faculdade de moda que eu pude aprender a desenhar de verdade.

E muitas das técnicas e conceitos que eu utilizo hoje do meu trabalho artístico foi aprendido nessa fase.

Mas a matéria que realmente me conquistou nessa época foi História da Indumentária, pois unia duas coisas que eu sempre amei: História e Sociologia.

Foi muito interessante descobrir o quanto a moda influencia nosso comportamento e vice-versa.

Mais interessante ainda foi descobrir que isso acontece desde a época dos Sumérios.

Assim que terminei a faculdade, até fiz algumas tentativas de me inserir no mercado da moda, mas a verdade é que nunca estive realmente empenhada nisso.

Pra falar a verdade, essa foi uma época em que eu estava realmente perdida.

Então fiz o que a maioria das pessoas perdidas faz: segui os conselhos daqueles que pensam que sabem o que é melhor pra você.

Decisão ruim? Sem dúvidas!

Mas foi a única decisão que a minha insegurança e falta de autoestima me permitiu tomar.

Encurtando bastante a história, acabei me tornando funcionária pública concursada e voltei pra faculdade.

Tendo um trabalho em tempo integral e cursando uma faculdade em tempo integral, acho que não preciso dizer que tempo era a última coisa que eu tinha.

Principalmente tempo para criar e fazer as coisas que eu amava.

Foram 5 anos bem desafiadores, pra dizer o mínimo.

Aprendi muito. Sofri muito.

Mas, no fim das contas, esse desgaste cobrou seu preço e eu comecei a adoecer.

Desenvolvi depressão, transtorno de ansiedade e síndrome do pânico.

E depois de sofrer uma crise de ansiedade no ponto do ônibus a caminho do trabalho, eu entendi que alguma coisa precisava mudar na minha vida.

Encurtando novamente a história, eu decidi abandonar o emprego, finalizar a faculdade do jeito que dava e dar um reset na minha vida.

Os primeiros anos foram de muitas perguntas e poucas respostas, mas tudo o que eu sabia era que queria voltar a criar.

Então acabei fazendo um pouco de tudo, design gráfico, webdesign, redação publicitária... até descobrir a encadernação artesanal.

Montei a Acquamei, minha papelaria artesanal, em 2019.

E embora empreender seja, de fato, tão difícil quanto parece ser, essa foi a primeira vez em que eu realmente me senti fazendo a coisa certa.

Cada caderno, cada bloquinho, tudo era feito com muito amor.

Eu estava ganhando dinheiro para criar coisas. E eu estava feliz.

Mas então chegou a pandemia... e eu me senti perdida novamente.

Além disso, eu queria dar mais personalidade para os produtos da papelaria. Então, achei que seria um bom momento para reaprender a desenhar.

E foi assim que tudo recomeçou.

Primeiro com alguns vídeos no Youtube, depois com alguns cursos online.

Também revisitei as apostilas da época da faculdade e investi em novos livros.

Como qualquer iniciante, fiquei perdida com todas as possibilidades que a arte oferece.

Mas hoje, quase 5 anos depois, já tenho um caminho bem definido e já aprendi o suficiente para poder compartilhar meus aprendizados.

E é por isso que esse blog existe – e o canal também.

Meu objetivo é criar o conteúdo que eu gostaria de ter encontrado na internet há 5 anos atrás.

Simples, bem explicado e que mostre sempre o próximo passo, para que o progresso seja gradativo, mas contínuo.

Espero conseguir alcançar esse objetivo, enquanto meu próprio progresso acontece.

Vamos juntos nessa jornada?